segunda-feira, 22 de junho de 2009

Antropometria


Avaliação antropométrica é o método de investigação em nutrição baseado na medição das variações físicas e na composição corporal global. É aplicável em todas as fases do ciclo de vida e permite a classificação de indivíduos e grupos segundo o seu estado nutricional (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008). É apontada como sendo o melhor parâmetro para avaliar o estado nutricional de grupos populacionais, possibilita diagnósticos individuais e de coletivo e prediz o desempenho (WHO, 2004).
Os parâmetros mais utilizados para a avaliação antropométrica são as medidas primárias (utilizadas isoladamente), como peso, estatura, dobras cutâneas e circunferências e as medidas secundárias (combinadas) como Índice de Massa Corporal (IMC), peso ideal, somatória de dobras cutâneas, entre outros.
Dobras cutâneas

As dobras cutâneas nos dão a estimativa da composição corporal a partir da avaliação da espessura em milímetros, e para tal procedimento, utiliza-se o adipômetro, também chamado de compasso de dobras cutâneas. Este é um método de fácil obtenção de dados e baixo custo, sendo útil e praticável em grandes estudos de campo. Quando realizado pelo mesmo avaliador, permite um resultado fidedigno. As principais dobras cutâneas mensuradas são: tríceps, bíceps, subescapular, peitoral, antebraço, axilar média, supra-ilíaca, abdominal, coxa e panturrilha. A somatória das dobras, aplicadas a um protocolo específico ao caso, prediz a adequação de gordura corporal em porcentagem (NETO & CÉSAR 2005).
Circunferências

As circunferências predizem gordura corporal e analisam os padrões de distribuição dessa gordura. As circunferências que podem ser mensuradas são: pescoço, tórax, cintura, abdômen, quadril, coxa, panturrilha, braço, antebraço e punho. A relação das circunferências da cintura e do quadril (C/Q) pode ser usada para identificação do risco de doença cardiovascular (REZENDE, 2007).
Índice de massa corporal (IMC)

O IMC é obtido a partir do peso de um indivíduo dividido por sua estatura ao quadrado. É recomendado para o diagnóstico e classificação da obesidade, porém não expressa a composição corporal relativa ou quantitativa. Por isso, este método não é indicado para avaliação de atletas, pois nãodiferencia hipertrofia muscular de obesidade. O IMC juntamente com outras variáveis, como por exemplo a circunferência da cintura, permite a identificação de risco de doenças cardiovasculares e analisam os padrões de distribuição da gordura corporal (HENRY, 1990).

Bioimpedância

Um outro método de avaliação da composição corporal é a bioimpedância, que baseia-se na condução de uma corrente elétrica de baixa intensidade (800 microA - 50 kHz), que percorre o corpo, medindo a resistência que é oferecida pelos vários tecidos do organismo, quantidade de água corporal total, percentual de gordura e massa magra corporal.
A corrente elétrica é facilitada através do tecido corporal hidratado e isento de gordura (sendo, portanto, um bom condutor de corrente) e da água extracelular composta de maior quantidade de eletrólitos. Com isso, a resistência elétrica (impedância) é diminuída. Deste modo, à relação entre gordura e resistência é inversamente proporcional, uma vez que a gordura não é uma boa condutora de corrente elétrica (MCARDLE & KATCH, 2003).
Apesar de ser um método com boa validação científica, não invasivo, prático, simples e de fácil manejo, existem alguns pré-requisitos para que seu resultado seja fidedigno, dependendo de grande cooperação do avaliado.
As etapas necessárias para um resultado fiel são: efetuar jejum pelo menos 4h que antecedem o teste; não praticar atividade física muito intensa 24h antes do teste e/ou exercícios leves/moderados 12h antes; não ingerir bebidas alcoólicas nas 48h anteriores ao teste; não ingerir estimulantes (café, chá e chocolate) no dia anterior ao teste; não utilizar medicamentos diuréticos 7 dias antes do teste; não ingerir refeições pesadas no dia anterior ao teste (para que o peso não seja momentaneamente alterado).


A utilização de cada método dependerá das características do indivíduo (atletas, não atletas, pacientes com patologias, crianças, adolescentes, etc). Porém, a utilização de mais do que um método pode ser necessária para um diagndóstico eficaz.

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